quarta-feira, 5 de abril de 2017

Ol(fato)

Eu usei muitas mentiras pra conseguir prazeres baratos
Omiti muitas verdade pra obter afetos caros
Falei em hora imprópria, 
Calei por ser fraco

A maioria das palavras proferidas foram definitivas
Mas nem sempre a palavra lançada é sem volta
Em algumas foram revertidas
Eu consegui, pouquíssimas

Não vou reclamar de nenhum sentido
Minha língua me trouxe muito mais benefícios
Os descréditos são poucos,
E os sentidos sempre jogam a culpa um no outro

Eu falei por que eu vi
Toquei pois era bonito
O beijo foi por conta do cheiro 
Vi porque havia ouvido

Só a língua inicia o diálogo
Embora a troca de olhares pode ir contra essa tese
Embora o cheiro possa ser sentido antes de ser visto
Mas pode haver tato sem diálogo

Na soma final, ninguém quer ser culpado
Todo mundo, após a conta, sai agraciado
Se mentira, verdade ou silenciado...
Só a língua pode dar o veredito, fato

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