quinta-feira, 20 de abril de 2017

20 anos de silêncio

Eu não era o único nesse mundo
E apesar dos pesares, não me sentia inseguro
Naquele momento era somente eu, deitado no banco duro
Esperando o amanhecer futuro

E eu sei que aqueles garotos também não serão os últimos
Apesar de sabermos, nos surpreendemos com tanta desgraça nesse mundo
Eu não tive tempo de entender o porquê daquilo tudo
Mas acredito que eu nunca entenderia esses absurdos

Eu havia ido ali pra revindicar direitos
Era uma noite tranquila, nada suspeito
Cinco eram o número dos que disseram que queriam me dar um susto
A noite era fria, mas meu fim foi quente, rumo ao sepulcro

Eu não sou um ser de banda de música, um João fictício
Eu era um índio, Jesus dos Santos, Galdino
Eu fui queimado, por delinquentes, vivo
No centro de Brasília, Praça do Compromisso



Em 20 de Abril de 1997, Galdino Jesus dos Santos foi morto queimado, por cinco jovens brasilienses, em um ponto de ônibus próximo a Esplanada dos Ministério. Veja o desfecho aqui.

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