sábado, 30 de março de 2013

Na beira do precipício

Estou muito bem, obrigado
Não há nada aqui para testemunhar
Eu disse enquanto olhava pra trás, estando na beira do precipício
O velho olhando pra baixo da borda com um sorriso, como se tivesse carregando uma benção

Eu cai na saliência do penhasco
Só me deixe em paz, isso não é da sua conta
Eu vou, disse o velho, mas só uma coisa
E o que ele disse foi tão adorável que me surpreendeu

Ele disse: Eu estive lá, uma vez, na borda da rocha
Eu estava pronto pra pular, eu já estava perdido,
Mas um senhor parou e disse algo que eu nunca esqueci

Por bilhões de anos, desde o início do tempo
Cada um dos seus antepassados sobreviveu
Cada um do lado do seu pai e da sua mãe
Com sucesso cuidou e passou até a chegar a sua vida
Quais as chances disso, desse modo?
Ele vem a mim de vez em quando
E em todos os lugares eu digo ao povo e torna melhor o sorriso

E então o velho saiu fora da minha vista
Até o som da sua caminhada virar silêncio
Eu só travei em uma surpresa profunda e embaixo do meu orgulho eu encontrei um sorriso pros meus olhos

Eu por vários outros dias eu passei pelo mesmo precipício e em várias ocasiões eu tinha a chance de fazer a mesma coisa

Deitado no musgo, da mesma forma que eu estava, outro homem olhava, como se precisasse de uma mudança de sorte

Então eu disse: Eu estive lá, uma vez, na borda da rocha
Eu estava pronto pra pular, eu já estava perdido,
Mas um senhor parou e disse algo que eu nunca esqueci


Por bilhões de anos, desde o início do tempo
Cada um dos seus antepassados sobreviveu
Cada um do lado do seu pai e da sua mãe
Com sucesso cuidou e passou até a sua vida
Quais as chances disso, desse modo?
Ele vem a mim de vez em quando
E em todos os lugares eu digo ao povo e torna-se melhor o sorriso


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