quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
O cara estranho que eu conheço bem
Tinha tanta certeza que dizia coisas com tamanha convicção que não ouso em exemplificar.
Suas conclusões eram as corretas.
Sempre era o centro das atenções e sempre queria mais, achando que elas assim também queriam...
Vinha com papo furado de música no meio de conversas, enquanto falávamos de outras coisas, que o faziam como uma pessoa com uma mente não muito certa.
Tinha boa aparência, e ele assim também achava. Mais que os outros é claro.
Sabia-se delas que ele era bobo.
Mostrava muito querendo mostrar mais.
Falava bem de sua vida e omitia as coisas normais. Ele era "diferente".
Bem, até quando ia aquilo?
Ninguém lhe diria que era tarde demais pra ficar daquele jeito?
O cara estranho passava dos limites daqueles que como nós
escrevemos coisas pra desabafar.
Creio que você tem um "amigo" assim.
É, ele dizia ser amigo de todos, mas quando o viam, imitando o cara da TV, ele estava sozinho ou com a namorada alienada.
A pergunta voltava mais quente e irritada...
Até quando ia aquilo?
Parecia inveja, mas não. A gente não queria ser assim!
Se achar o mais esperto do mundo quando o mundo te contradiz?
Não! Não queria ser assim.
Disso eu queria um fim.
De vê-lo nem gostava.
Até quando ia aquilo?
Entrando na sala de aula lá estava.
Sentado na cadeira ao lado pedindo cola.
Estudando na minha escola...
Até quando ia aquilo?
O cara estranho que eu conheço bem.
Me achava um ninguém.
Semanas depois, no fim do ano, recebemos a prova de português e consegui ler um trecho da prova dele que dizia mais ou menos assim:
"Se M vem antes de P ou B é assim que se escreve concerteza!"
Semanas após veio os resultados.
Lá estava ele. Reprovado!
Anos na mesma série, o cara estranho ainda se dizia esperto.
Mas mais gente via aquilo e deixava quieto.
Mas feio pra ele, que sem direção, também não tinha orientação.
O cara estranho vivia em vão.
Triste pela perda, pois a namorada perdeu a alienação.
Mais trágica ficava a vida do certo homem incerto.
Mas na sua mente ficaram as lembranças, que ele achava serem boas, certas e vangloriáveis.
Hoje tenho pena, do cara estranho que trabalha na loja Alfazema.
Poderia eu ter cessado aquela pergunta e o ter alertado.
Mas deixa... Ele tem a certeza que foi "alguém".
Tem as lembranças certas, de coisas certas, que sabemos serem incertas.
O cara estranho está lá.
Deixa ele lá.
Ele está certo?
Pergunte à ele.
Ele dirá sim!
"Minha vida não foi ruim."
Usando a frase como se já tivesse ocorrido seu fim.
Certeza incerta, a porta ainda está aberta.
Ainda a pergunta resta...
Quem vai press start?
A ficha não cai?!
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7 comentários:
...é pigs acredito que todos nós conhecemos bem alguns caras estranhos...
neh?
kk bj
só pra consta adoro esse blog..
bjs
Cara, sinceramente, parabéns!
Gostei demais do texto. Interessante e prende a atenção.
É incrivel tua capacidade em articular e levar um tema sem perder o ritmo!
A melhor de todas as partes:
"O cara estranho vivia em vão.
Triste pela perda, pois a namorada perdeu a alienação."
Muito bom o seu texto!
Lembrei de um antigo amigo de escola que eu tinha. Ele também se achava "o certo", mas deixa isso pra lá. Parabéns! Muito bom o seu texto!
Geralmente eles são os normais da escola. =p
nuss muito muito bom o texto!
ta joinha!!!!
=D
cadaa dia melhora gente incrivel..
><"
beejo
"Minha vida não foi ruim."
Usando a frase como se já tivesse ocorrido seu fim.
- pra não fujir do costume.. tá aí a melhor parte!
* e hj, nem o ritual deu certo... pensei, pensei, li, e esforcei... esperarei a próxima, pra minha passagem por aqui ficar "notável"... ^^
nó entrei agora e a musik do off...
no lembro de tanta coisa..
otimos tempos...
bjs
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